sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Muito barulho por muito

Quando o descaso dos planos de saúde atinge a camada da pele que mais dói - a pele de um filho -, é preciso fazer barulho.

Procuramos não apenas a via administrativa, como o Poder Judiciário, a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (onde fomos recebidos com carinho e obtivemos uma declaração em que a entidade dizia enxergar ali um caso de violação de direitos; declaração logo juntada aos autos da ação), o Ministério Público Federal (onde registramos denúncia) e o "Reclame Aqui", espécie de Procon virtual.

"Estou grávida e meu feto foi diagnosticado com má formação pulmonar rara, que demanda atendimento especializado, em centro terciário, com equipes de neonatologia, cirurgia pediátrica e de cuidados intensivos que reúnam experiência e condições estruturais para acolhê-lo.Procurei seis especialistas que, unânimes, indicaram-me um determinado hospital em São Paulo. No entanto, a EMPRESA, ignorando os relatórios médicos (estranho isso, já que a propaganda da Cooperativa de médicos apela justamente para a chamada "Somos médicos. E isso faz toda a diferença") e a especificidade de minha condição, respondeu-me que meu plano ("Especial", abrangência nacional), no intercâmbio para EMPRESA Paulistana, era "traduzido" para a modalidade mais básica, sem cobertura necessária para a internação no hospital indicado pelos profissionais médicos (inclusive credenciados à EMPRESA!) consultados.Lendo o contrato, percebo que não há cláusula nenhuma que me informe os critérios usados para compatibilização, não há nenhuma lista de hospitais excluídos na conversão entre "co-irmãs" e não há mesmo nada que legitime a resposta negativa do Plano de Saúde. Surpreende-me, como consumidora, a total ausência da EMPRESA em espaços como este: nenhuma das denúncias recentes que li no "Reclame Aqui" parece ter recebido atenção da empresa. Surpreende-me a negligência diante do risco à vida, surpreende-me a existência de contratos tão frouxos e vagos, surpreende-me minha própria inocência em aderir a esses pactos leoninos, surpreendem-me os gastos desviados do fim (patrocínio de times de futebol, publicidade farta). Espero obter, em alguma sede, seja ANS, Justiça ou entidades de defesa ao consumidor, amparo e assistência."

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